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A Biblioteca ao Entardecer – A Arte de Fazer

  • Sociedade Polônia
  • 23 de abr.
  • 3 min de leitura

O segundo encontro do projeto "A Biblioteca ao Entardecer – A Arte de Fazer", ocorreu no dia 14/04 e proporcionou uma viagem pelas tradições, saberes e histórias que moldam o fazer cultural — com destaque especial para o artesanato e a culinária de raízes polonesas.

A abertura do evento foi feita pela professora Maria Stephanou, da UFRGS, que abordou os “fazeres” como expressões culturais ressaltando a importância da preservação do acervo existente na Sociedade Polônia, que remete aos saberes e fazeres; destacou que o material e o imaterial se unem na formação destes saberes, passados de geração em geração, como exemplo mostrou um livro de receitas escrito à mão e também com colagens de recortes. Em sua apresentação, salientou que as práticas cotidianas como cozinhar e bordar vão além da utilidade, carregando memória, identidade e afeto. Profª Maria finaliza sua fala realizando a doação do livro de receitas polonesas para a biblioteca e fez a leitura do seguinte texto: "A Polônia tem longa história de dominações e transformações políticas, algumas delas muito profundas e recebeu influências culturais diversas, além de ter obtido sua independência relativamente a pouco tempo, este pais da parte norte oriental da Europa atravessou muitas fases históricas decisivas para todo o continente sempre com papel relevante mesmo não sendo uma potência política, também em razão destes acontecimentos o povo polonês cresceu como uma nação tolerante e aberta ao diálogo e curiosa para conhecer hábitos e usos estrangeiros, mas seguiu firme na afirmação da própria identidade. Apesar de ser bastante mesclada, se comparada a cultura de outros países a cultura polonesa tem voz própria e é inconfundível."

Na sequência, a associada e conselheira Sra. Lilian Cristina Kielbowicz Jung, compartilhou suas experiências como cozinheira e artesã, revelando o valor afetivo e ancestral envolvido em cada receita e peça produzida; contou que a avó de seu marido a ensinou a fazer o Sernik, prato típico polonês que é no Brasil uma torta de ricota, informou que em sua ida a Polônia pode provar 4 tipos de Sernik diferentes, dependendo da região alguns colocam chocolate, outros morango e que o queijo usado é um pouco diferente da ricota adaptada pelos descendentes. A Sra. Lilian é a responsável pelos cursos de culinária na Sociedade Polônia, no último ano realizou cursos de Pierogi, Bigos e Barszcz. 

Presente na plateia estava a sra. Anna Klacewicz, imigrante polonesa que residente em Porto Alegre, e esposa do conselheiro Jan Klacewicz, que complementou com relatos ricos sobre os costumes e tradições de sua terra natal, proporcionando um olhar direto sobre a cultura viva da Polônia contemporânea e tradicional; relatou que havia a tradição de quando um pretendente ia jantar na casa de uma jovem e os pais não aprovavam era servido a Czarnina, um tipo de sopa feita de sangue de ganso.

Para encerrar o evento foi feita uma homenagem de reconhecimento à senhora Genoveva Adamiak pelos anos de dedicação à Sociedade e ao artesanato, sendo-lhe entregue uma placa pelo Vice-Presidente da Sociedade Polônia, Sr. Mariano Hossa.

A sra Genoveva, conhecida como a “Pani Genha”, frequenta a Sociedade Polônia desde criança, dançou no grupo folclórico na juventude, coordenadora das feiras de artesanato de 2010 a maio deste ano, quando encerrará suas atividades ligadas ao artesanato e foi a primeira rainha da Sociedade Polônia, eleita em 1949, é uma referência histórica viva.

O grupo Sépia/UFRGS entregou-lhe uma cópia do certificado de coroação de rainha, pois o original foi por ela doado ao acervo histórico da Sociedade, gesto simbólico que reforça a importância da preservação da memória coletiva.



 
 
 

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